Um estudo da consultoria MSCI All Country World Index (ACWI) revelou que a equidade de gênero nos conselhos de administração de pequenas e médias empresas pode demorar cerca de 20 anos ou mais para se concretizar. No Brasil, de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apenas 15,2% das cadeiras em conselhos de administração, fiscais e diretorias de empresas de capital aberto são ocupadas por mulheres.
Mas por que a diversidade nas empresas importa?
1️⃣ Diversidade gera valor: times diversos têm uma propensão natural à inovação, pois a intersecção de diferentes perspectivas e ideias fomenta a criação de soluções originais. A diversidade nos conselhos amplia a variedade de abordagens e insights, impulsionando a criatividade e a inovação.
2️⃣ Melhores decisões: um dos principais ganhos da diversidade nos conselhos é a elevação da qualidade das decisões. Ao incorporar uma gama de perspectivas de diversos backgrounds, as escolhas ganham amplitude e robustez, evitando a armadilha do “pensamento coletivo”.
3️⃣ Boa impressão aos investidores e clientes: a diversidade nos conselhos também assegura uma representação mais fiel da base de clientes e stakeholders da empresa. Isso capacita a organização a compreender de forma mais precisa as necessidades e expectativas de seus diversos públicos, resultando em estratégias mais alinhadas e eficazes.
De acordo com estudo publicado pela Harvard Business Review, as empresas que possuem mais mulheres em cargos de liderança estão mais abertas a mudanças, menos propensas a riscos e mais focadas em inovar.
A jornada é constante e cheia de desafios, mas os impactos positivos são notáveis. E apesar do longo caminho a ser percorrido, o cenário é favorável às mudanças.
Em julho, a CVM chancelou o mecanismo “pratique ou explique” sugerido pela B3 que busca aumentar a diversidade de gênero e participação de grupos sub-representados na alta liderança das companhias listadas. A partir de agosto de 2025, toda empresa listada no país deverá ter ao menos uma mulher e um membro de “comunidade sub-representada” em seu Conselho de Administração.
Em agosto, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei que reserva 30% das vagas de titulares de Conselhos de Administração de empresas públicas para mulheres. Resta agora ser aprovado no Senado.
Nady Dequech